4 dúvidas comuns sobre pílula do dia seguinte

Com uma eficácia média de 92%, esta pílula é um método contraceptivo que não exige receita médica, mas requer cuidados e possui efeitos colaterais.

No Ocidente, o século XX foi marcado pela conquista de direitos reprodutivos pelas mulheres, sendo um deles a popularização de métodos anticoncepcionais, além da desvinculação entre o sexo e a reprodução.

Se, por um lado, esse processo foi fundamental para que as mulheres pudessem viver a própria sexualidade com mais liberdade que as gerações anteriores, por outro lado, ele requer acesso amplo às informações. 

Escolhas bem fundamentadas requerem conhecimento prévio, a fim de garantir o melhor método para a mulher naquele momento da vida. Se você sabe pouco sobre a pílula do dia seguinte, veja algumas respostas para as dúvidas mais comuns sobre esse método.

Quando tomar?

Embora o nome dessa pílula passe essa impressão, a mulher que teve relação sexual desprotegida não deve esperar até o dia seguinte para ingerir o comprimido. Quanto mais rápido a ingestão for feita, maiores serão as chances de eficácia desse método.

Nesses casos, o recomendado é tomar a pílula o mais rápido possível. O prazo máximo no qual esse método tem efeito são 72 horas, e a eficácia vai diminuindo conforme o tempo passa. O medicamento pode ser encontrado em dose única ou dupla, que deve ser tomada a cada 12 horas, mas quem receia esquecer pode tomar de uma só vez.

É importante ressaltar que a pílula só deve ser usada de maneira pontual, não como um método contraceptivo regular, devido à sua alta concentração de hormônios. Além de transas desprotegidas, ele pode ser usada se o preservativo estourar ou sair durante a penetração, além do caso da mulher esquecer de tomar o anticoncepcional por dois ou três dias.

Como funciona?

Ao contrário do que dizem alguns tabus, a pílula do dia seguinte não é abortiva, já que impede a formação de um embrião. O efeito é bloquear a ovulação e, assim, dificultar a ocorrência da gravidez. 

Além disso, a pílula impede a formação do endométrio, camada que recobre o útero, para receber o óvulo fecundado, cuja descamação inicia a menstruação, e altera o ambiente uterino para dificultar a locomoção do espermatozoide.

Quais são os efeitos e as contraindicações?

Não é recomendável ingerir a pílula do dia seguinte com frequência, pois as suas altas doses do hormônio sintético levonorgestrel podem provocar efeitos como dores de cabeça, náuseas, diarreia e alterações do ciclo menstrual.

Mesmo que não tenha efeito abortivo, nem provoque infertilidade, a taxa de eficácia da pílula do dia seguinte é de até 92%, quando ingerida nas primeiras 72 horas após a relação. No entanto, este não é um dos métodos contraceptivos mais eficientes, pois o espermatozoide pode encontrar o óvulo antes da ingestão do comprimido. 

É bom conversar com um ginecologista e até realizar exames para averiguar os efeitos desse método no seu organismo. Entre as contraindicações para a pílula do dia seguinte, estão mulheres com distúrbios metabólicos, como tromboembolismo e insuficiência hepática.

Precisa de receita médica?

Não é preciso de receita médica para adquirir esse método contraceptivo, o que se constituiu um avanço em questão de saúde pública, pois a ausência ou a demora em obtê-lo resultaria em uma gravidez indesejada. 

Esse método pode ser obtido em farmácias e postos de saúde. Na ausência de um médico de plantão, enfermeiros estão autorizados a fornecer o medicamento à mulher, mesmo se ela for menor de idade e não estiver acompanhada pelos seus pais. 

É importante mencionar que a pílula do dia seguinte tem um efeito pontual e não protege durante todo o mês em que é ingerida, nem em relações sexuais tidas no mesmo ciclo menstrual — esse efeito é dado pela pílula anticoncepcional, tomada regularmente.


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