Conheça a história do biquíni no Brasil

Saiba como o biquíni surgiu em nosso país.

Em 1946, Louis Réard, engenheiro automotivo francês que gerenciava a empresa de lingerie da mãe, exibiu duas peças minúsculas em Paris, como sendo o “menor maiô do mundo”. Devido aos testes nucleares no Atol de Bikini, Réard decidiu chamar sua invenção assim.

Hoje em dia, há vários tipos de biquínis, sendo peças bastante comuns. Contudo, na época, Réard imaginou que as pessoas ficariam chocadas com a exibição ousada de curvas e umbigos, e foi exatamente isso que aconteceu.

Por muito tempo, o biquíni gerou mais espanto que qualquer  teste nuclear feito pela União Soviética e pelos Estados Unidos. Rapidamente, a vestimenta foi proibida em alguns países.

Diante a tanta polêmica, foi muito difícil para Réard encontrar uma modelo profissional que aceitasse lançar a peça indecentemente pequena. Então, numa ação assertiva, ele chamou uma dançarina do Cassino de Paris que não tinha nenhum tipo de pudor em aparecer seminua em público: Micheline Bernardini.

Biquíni em solo brasileiro

Devido às conquistas femininas, a moda praia começou a ganhar a cara que conhecemos hoje. Nos anos 50, o biquíni virou elemento sensual na publicidade, com as divas do cinema americano.

Em 1956, em E Deus Criou a Mulher, a atriz Brigitte Bardot eternizou a peça ao usar um modelo xadrez vichy no filme. No fim da década de 50, as atrizes brasileiras Carmem Verônica e Norma Tamar geravam aglomeração em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

Já nos recatados EUA, houve uma forte resistência ao biquíni, que acabou sendo bem-sucedida até o início dos anos 60, quando um novo alarde à liberação juvenil tomou as praias americanas com a peça.

No entanto, a criação do biquíni foi imortalizada com a música Itsy Bitsy Teenie Weenie Yellow Polka-Dot Bikini, chamada de Biquíni de Bolinha Amarelinho, na versão brasileira.

Início de uma nova época

No início dos anos 60, a modelo brasileira Helô Pinheiro democratizou de vez o uso do biquíni e desfilou os mais diferentes modelos pelos calçadões cariocas. 

Entretanto, o ex-governador de São Paulo, Jânio Quadros, foi eleito para ocupar o cargo máximo de presidente da República em 1960. Durante seu curto mandato, ele proibiu o uso de biquínis nas praias e de maiôs em concursos de beleza.

Mesmo assim, a popularidade da peça continuou crescendo nos anos 70, enquanto ela ficava ainda menor. Tecidos, como crochê, faziam muito sucesso. Ao mesmo tempo, a indústria têxtil criava materiais voltados para a praia, como a lycra. Nessa década, também houve o surgimento das tangas.

No ano de 1972, uma modificação pequena causou uma euforia mundial. As brasileiras passaram a usar biquínis um pouco menores, diferentemente dos padrões americanos e europeus.

Revolução

Uma das aparições mais famosas nas praias brasileiras foi da atriz Leila Diniz. Ela expôs sua gravidez de oito meses na praia de Ipanema, usando um biquíni. Logo, a imagem se tornou um símbolo de liberdade feminina da década de 70.

Na década de 80, surgiram os biquínis asa delta, de lacinho nas laterais e do sutiã cortininha. Quando parecia que o biquíni não podia ficar menor, surgiu o inesquecível fio dental.

Fabricação nacional

Nos anos 90, a história do biquíni no Brasil se consolidou de vez no mercado como um verdadeiro arsenal para a moda praia. Foi quando nasceram as saídas, o chinelo, os óculos, as sacolas coloridas, as cangas, os chapéus e as toalhas.

Os modelos foram triplicando e, com a ajuda da tecnologia, foram criados tecidos de melhor qualidade, mais apropriados para o banho de mar e piscina. Nos dias de hoje, o Brasil é o país que mais produz e consome a moda praia. O biquíni de fabricação nacional é reconhecido mundialmente, seja pelo seu estilo mais ousado, pela qualidade ou até pela criatividade.

Mercado consolidado

O biquíni revolucionou o mundo, porém, o Brasil revolucionou o biquíni. A proximidade brasileira com a praia se justifica pelo clima tropical e pela extensão do litoral, já que são mais de 7 mil km de orla.

Além de ser o país que mais fabrica e consome moda praia, o Brasil desponta em modelagem e tecnologia. Toda essa originalidade é o que nos diferencia dos outros fabricantes espalhados pelo mundo.


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