Mesmo com tantas adversidades, setor vive um bom momento
O ano de 2020 foi repleto de mudanças e iniciou com um cenário econômico instável. Ao final de 2019, o setor imobiliário se preparava para um bom período, com previsões otimistas para o ano seguinte.
No entanto, o começo do ano já alertava para um momento de crise, com a Covid-19 se espalhando também na Europa. Quando março chegou, a doença já estava em todo o planeta e a pandemia do foi declarada.
O mundo sabia que viria um período de crise, não apenas na saúde, mas também na economia. O mercado de imóveis não ficou de fora disso e teve que rever suas previsões, passando a acreditar que 2020 permitiria menos lançamentos e vendas, podendo ser um dos piores anos da última década.
Apesar disso, ao longo dos meses houve uma retomada e o setor vive um bom momento, ainda melhor do que o de 2019.
Crescimento no último trimestre
Uma pesquisa feita pela ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias) com a parceria da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) mostrou que as vendas de imóveis tiveram um crescimento de 25% no último trimestre. A comparação foi feita com o mesmo período do ano anterior.
A recuperação efetiva do setor ficou evidente a partir de julho, quando o aumento nas vendas de casas e apartamentos chegou a quase 60%, comparado com o mesmo mês em 2019. Esse foi um dos melhores resultados desde 2014.
Recuperação em “V”
O mercado imobiliário vivencia a chamada recuperação em “V”, que indica um crescimento rápido, assim como houve a queda no início do ano. Inclusive, essa recuperação é tão evidente que é esperado que o setor cumpra as previsões de 2020 ou até as supere.
O mais interessante é que não são apenas os imóveis populares ou com preços mais baixos que estão sendo vendidos, mas também as unidades de luxo. O Rio de Janeiro passou essa situação, ao vender em menos de duas semanas quase todas as unidades de apartamentos de luxo localizados em Copacabana.
Queda da taxa Selic
A taxa Selic é uma das principais responsáveis pelos juros dos financiamentos. Quando em alta, a tendência é que os bancos recusem muitos pedidos ou ofereçam condições menos vantajosas.
Com a crise econômica impactada pelo coronavírus, era esperado que a taxa se mantivesse em alta, no entanto, ela entrou em queda, chegando a 2%. O resultado foi a queda nos juros oferecidos pelos bancos e condições mais atrativas tanto para construtoras, quanto para pessoas.
Assim, se tornou interessante a construção de novos empreendimentos para lançar em 2020 e, para as pessoas físicas, a compra de casas e apartamentos.
Programas sociais
Além dos imóveis de luxo, outros responsáveis pelo bom momento do setor são os programas sociais, que facilitam a realização do sonho da casa própria para as famílias de baixa renda. O Minha Casa Minha Vida, já bastante conhecido, é um deles, o segundo é o Casa Verde e Amarela, criado recentemente.
Os dois programas conquistaram cerca de 75% das vendas realizadas em 2020, principalmente após a queda da taxa Selic.
Imóveis adaptados ao home office
Por último, mas não menos importante, outro fator que impulsionou a venda de imóveis novos e usados foi a adaptação ao home office. Como a quarentena exigiu que as pessoas passassem a trabalhar de casa — ao menos na maioria dos setores — foi preciso ter um espaço exclusivo para o trabalho.
Assim, quem vivia em apartamentos menores, antes utilizados apenas como dormitório, precisou buscar um novo lugar para viver. Neste caso, as classes A e B foram as responsáveis pelo crescimento das vendas de imóveis com um cômodo a mais, dedicado ao home office.