Semana Brasil: veja um balanço da segunda edição do evento on-line

Iniciativa para aquecer a economia no mês de setembro começou em 2019 e teve bons retornos para os varejistas.

Você já ouviu falar da Semana Brasil? Criada pelo Governo Federal, em 2019, a iniciativa tem o objetivo de estimular o crescimento econômico durante setembro, quando é celebrado o aniversário da independência do país. Em 2020, o evento aconteceu entre os dias 3 e 13 do mês.

Neste período, com o apoio do Governo, varejistas de todo o país oferecem cashbacks vantajosos para compras e cupons especiais de descontos para atrair os clientes. A intenção é replicar o modelo da Black Friday norte-americana e aquecer a economia, em um mês que era considerado “perdido” pelos comerciantes.

Isso porque setembro não conta com uma data comercialmente atrativa, como os demais meses, a exemplo do Natal, da Páscoa, do Dia das Mães, do Dia dos Namorados, do Dia dos Pais ou do Dia das Crianças. Em sua primeira edição, no ano passado, foi registrado um aumento de 216% nas vendas on-line, comparando com o mesmo período de 2018.

Nesta primeira edição, o faturamento do e-commerce foi de R$ 1,86 bilhão, mostrando que a iniciativa colheu bons frutos de sua proposta. Foram 4,44 milhões de transações realizadas durante este período.

Análise da edição de 2020

A expectativa para a edição deste ano era ainda mais promissora. Esperava-se que ocorresse um crescimento de 100% no volume de pedidos em relação a 2019.

A edição de 2020 contou com a participação de grandes marcas de segmentos variados, como moda, decoração, mobília, eletrodoméstico e alimentação. Outras lojas de e-commerce também participaram, totalizando cerca de 100 empresas na iniciativa.

Entre as estratégias utilizadas, houve disponibilização de cupons de descontos de até 50% e porcentagem de cashback nas compras, que poderiam chegar a 45% do valor pago, além de outras ações tentadoras, como frete grátis.

Um levantamento feito pela E-bit Nielsen, entre os dias 4 e 13 de setembro, mostrou que o e-commerce brasileiro faturou R$ 2,3 bilhões durante a Semana Brasil. O resultado mostra um crescimento de 25% em relação ao período de 2019, contra um aumento de 41%, registrado no último ano, comparado a 2018.

A diminuição da média de crescimento pode ser justificada pelo fato de que, devido ao cenário global, as vendas on-line no país já foram mais intensas ao longo de 2020. No primeiro semestre deste ano, o setor já faturou 47% a mais do que no mesmo período de tempo dos 12 meses anteriores.

É o que explica o diretor de varejo da Nielsen, Roberto Butragueño. Nos últimos seis meses, mais de sete milhões de novos consumidores passaram a comprar on-line. Ao longo do ano, esse maior interesse colaborou para que houvesse menor interesse na Semana Brasil, com ela aparentando ser menos atrativa para o público.

Ainda segundo Butragueño, outro aspecto que colaborou para essa queda é a quantidade de semanas promocionais presentes no calendário brasileiro. Isso teria um efeito inverso nos consumidores, já que eles não conseguiriam comprar, em peso, em todas elas.

A região que registrou o maior crescimento no faturamento foi o Nordeste, com alta de 82%. Ela correspondeu a 20% do volume total, o mesmo da região Sul. O Sudeste ainda é a maior responsável pelo volume de vendas, 50%, tendo registrado uma alta de 12% na edição deste ano.

Ainda segundo os dados da Nielsen, 57% das vendas foram realizadas utilizando tablets ou celulares. Para a empresa, a greve dos Correios não foi um dos influenciadores para um aumento menos acelerado neste ano.


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